Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres

“Nós ainda somos moços, podemos perder tempo sem perder a vida inteira. Mas olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se entende porque não queremos…

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Como um pássaro…

Eu não sei o que foi que escrevi no minuto atrás, antes, quando não escrevi. Escorri-me uma lágrima de emoção por ser criança, por nunca crescer, por ser sempre e ainda coberta em flores e mato estranho levantado entre telhado com ranhura de asfalto, cores que são doces nuvens desenhadas. Este estranho eu jeito, meio desenhado,…

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Estranheza…

  A estranheza de conhecidos lugaresUma vida inteiraA estranhezaE a perda E a pena que desfolha e voa A estranhezaDesconhecida Os lugares mesmosA esmosEstranhosUma vida inteiraMetades inteirasPedaços fatiadosRetalhosPassados (des)pedaçosDescansoDescalçoSem casosRasos desencontrosDesencontradosAo acasoNada casaO acasoRuas pequenasDesencontrosSalvosVazios Nada de estranhoO acasoO silêncio do acasoSem o acaso Presença nadaPassos molhadosA conversa da chuva nos braçosA pele Caminhando ao acasoO acasoEstranhaEstranho o acaso impronunciávelO sujeito…

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Honesto ou…

Teria sido honesto caminhar em silêncio, esquecida de mim em mim e de você – talvez – em você ou em outra vida qualquer. Seria honesto caminhar com silêncio sem dizer impropérios, sem vulgarizar ou maltratá-lo como se não fosse eu dele, sem preenchê-lo como perfumaria, porque os perfumes me enjoam e cheiro em mim…

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Feitura

Tudo em mim é distância.E pássaro e vento.Tudo em mim é pássaro e vento.E distância.Quase tudo em mim é…Quase tudo…DistânciaPássaroVento…Quase tudoPássaroVentoDistância.DistânciaPássaroVento…Quase tudo…07.09.2020

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Onda…

Os cadeados estão sobre a mesa, eu não sei o que significa a manhã. Não me desfiz nem mesmo do lixo. Recolhi as migalhas rasteladas num morro. Na colher do café misturei angústia como canção, fugi de casa para suportar… as asas e as hélices, o som da letra muda, o peito inquieto quieto na…

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O pão da Neli

Eu que não sei dimensionar o tempo, vivo relendo memórias de comida, de gente cozinhando, de  lugares descobertos pelo paladar, de doces que de repente surgem, não se sabe de onde ou quando.  Hoje enquanto caminhava por uma manhã nublada, recordei tanta gente que com simplicidade e carinho me recebe com comida, gente que conta…

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Na manhã seguinte…

Foi o desespero que me colocou no papel com uma gota com dedos agarrando a goela, a raiva de segurar o choro e a curva de dizer.Foi o choro quase chorado que me colocou no papel rangendo os dentes, estremecendo cada superfície e cada palavra errada, cada lentidão de dedos e ossos.Afogara-se na garganta cada…

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