Minha guerra e a miséria nossa de cada vida

Sentei-me na sala vazia…Estamos condenados por tudo aquilo que inventamos como limite.Estamos condenados pelo arsenal de dominações e denominações do que existe.“Mãe, seria tão bom se não existissem bandeiras…”Seria tão bom se essas perguntas fossem apagadas… Sobre locais de nascimento, sobre demarcações, sobre de onde vem ou venho, para onde vão, sobre (de onde somos?,…

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Tempo verbal(e)

Uma semana deitada ao sol, pensando no que não pode ser pensando. Escrevendo palavras que não são escritas e, por hora, são o nunca serão. Não lembro se amanheceu o céu em nuvens ou se já era dia de sol claro, derretendo o vidro da janela, dobrando as curvas das telhas. Os meus olhos sem…

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Seria feliz…

Fechei a janela quando resolvi contar sobre aquilo que me deixa feliz quando estou aqui ou lá, das escolhas mais fáceis, das manhãs, daquelas tardes… Num fim de manhã de julho em chuvisco eu cheguei em casa deixando os papéis sobre a mesa  – o lugar onde tudo fica largado como seguro  -,  tirando casaco,…

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Da janela vê-se a lua – trecho

  (…)Quero desconhecer o âmago de cada risco derramado sobre a folha. Não, eu quero conhecer. Quero ser o inteiro âmago desconhecido de si além de âmago de ser. Bem, talvez…Em cada instante, no risco, no contraste da forma errônea e despretensiosa da não técnica, há de existir a emoção que chora, a única única….

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Variações e (um eu) ‘Sempre ausente’

Escrevo maços de papel nos últimos tempos. Papéis que permanecem adormecidos, repousados, distantes, imaturos como eu, pois é tempo… Esperam a incubação da primavera. E para agora, meus passos saem mais lentos do que antes, eu respiro a lentidão que o tempo pede e se dá. Sirvo cada tempo e destoo rotina, me desafino, me…

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Me quebrar. Valendo. – trecho

(…)Os ares são mais de cores suaves. A leveza funda-me, afunda – sou eu mergulho na rocha, na areia, na pedra, na nuvem, no algodão no pescoço, no gosto de boca, na doce ânsia de ter a vida nas mãos e soltar. É o voo sem cabimento, eu desse coração regente, regido de vento, vida,…

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Fome país – trecho

“Más que eso quiero pedir Y es que no sea todo para mí Sólo lo disfrutaré de verdad Si lo puedo compartir Quiero, quiero, claro que sí” (Quiero para Mi – Canticuénticos) (…)A direção leva para onde?Esse arrastar de sobrevivência, vivência louca falada entre o cheirar e o corpo que se dissolve, a cor suja…

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08.03.21 – Resistir

Resistir como uma garota. Resistir como uma feminista contra bolsonaro e contra a realidade política do descaso triste e bolsonarista. Resistir por saúde, por vacina e ar, por comida e moradia, por um lugar seguro para onde voltar, para onde estar. Resistir como uma garota contra a panfletagem hipócrita de bandeiras verde e amarela hasteadas…

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Voa Passarinho…

Voa passarinho… Leva o recado pro mundo, de que vamos resistir contra bolsonaro (presidente sem coração) e vamos resistir contra todo o descuido dele e dos seus, nós vamos resistir a essa falta de empatia e de bondade. Diz pro mundo, passarinho, que não precisamos de cloroquina ou ivermectina. Precisamos de vacina. Avisa o mundo,…

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Aos 17 anos

“Tudo é possível diante dos ventos contrários…” (Edgar Morin citando Vassili Grossman)Eu tinha 17 anos quando me deparei com a morte, a morte que você sente em você, a morte impossível, do cinema em cena dramática. Foi uma manhã linda de sol, sábado. Eu estava pronta para seguir para onde fosse, para cuidar, proteger, ficar…

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